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Problemas comportamentais? Veja as causas mais comuns.

12 janeiro Redação DBV - Dicas Bem Viver 0 Comments


Assim como os humanos, nenhum cão vem com manual, mas alguns problemas comportamentais se repetem, o que permite que os mesmos sejam estudados, criando padrões e possibilitando o melhor entendimento e a busca por soluções.

Confira!!

1. Genética

A maioria dos cães, como os humanos, acaba se parecendo com os pais, não apenas na aparência, mas também no comportamento – a personalidade é fortemente controlada pela genética. Se ambos os pais são cães calmos, obedientes e gentis, é grande a chance de que os descendentes também o sejam.  Nossa dica é sempre tentar conhecer os “progenitores” ao escolher o filhote.

2. Falta de socialização

Escolher um filhote bem socializado é uma das chaves para ter um cão adulto bem-comportado. Claro, nem sempre isso é possível, a menos que a chegada do novo membro da matilha seja planejada. Se você pretende adquirir um peludo, não tenha pressa. É muito importante que o filhote conviva com a mãe e os irmãos até, pelo menos, 49 dias de vida já que muitas regras básicas de convivência, de higiene até lições de como ser cordato são transmitidas nessa fase.  Se o pobre filhote foi separado cedo demais da família, a tarefa caberá a você. O ideal é que o bichinho seja socializado com outros cães e vivencie as mais diversas situações que enfrentará ao longo de sua vida, como convívio com crianças, adultos, idosos e com outros animais, exposição a barulhos, passeios de carro etc.

Filhotes que são bem socializados na primeira fase da vida têm maior probabilidade de se tornarem adultos calmos, confiantes e bem-comportados – e o inverso, na maioria dos casos (e infelizmente),também é verdadeiro. Uma condução equivocada na primeira infância pode gerar traumas permanentes, como medo de pessoas e de outros cães, de sons, objetos e ambientes.

3. Seja claro

Muitas pessoas têm uma crença irracional e equivocada de que os cães deveriam de alguma forma saber “naturalmente” como se comportar bem, que é, na verdade, um conceito humano: não se pode esperar que os cães saibam a diferença entre o comportamento “bom” e o “ruim”. Eles precisam ser treinados para se comportarem da maneira que seus donos querem, e isso leva tempo, demanda paciência e comprometimento.

Normalmente, o dono precisa investir cerca de 20 minutos por dia treinando seu cão (não necessariamente de uma só vez). Isso precisa acontecer dia após dia, semana após semana, mês após mês. Pode ser combinado com atividades diárias, como caminhadas, mas precisa ser feito. Você não pode esperar que um cão aprenda a se comportar se você não o ensinar com lições regulares.

4. Dominância não funciona

A velha crença de que os cães funcionavam em uma escada social rígida, hierárquica e baseada em matilha mostrou-se questionável, mas infelizmente muitas pessoas ainda baseiam seus treinamentos de cães no princípio da dominação. Se um cão rosna ou estala, tentar impedir o comportamento aterrorizando o animal com intimidação física só piorará a situação. Para evitar que o mau comportamento comece, e para curar cães que desenvolveram maus hábitos, é importante ouvir especialistas comportamentais que estejam atualizados com a compreensão atual do cérebro canino. Tentar vencer os cães quando eles se comportam mal apenas piora as coisas.

O reforço positivo, por outro lado, faz verdadeiros milagres no aprendizado e no relacionamento homem-cão.

5. Experiências negativas

Muitos tipos de mau comportamento, até agressão, decorrem do medo e da ansiedade. Se os donos tiverem o cuidado de evitar expor seus animais de estimação a experiências fortemente negativas, esses comportamentos ruins têm menor probabilidade de se desenvolver.

6. A culpa pode ser dos hormônios

Os hormônios têm um efeito significativo no comportamento do cão. Em particular, a testosterona tende a tornar os machos mais dominantes, mais territoriais e mais interessados em entrar em conflito com outros cães. Assim, na maioria dos casos, um cão castrado pode ser mais boa praça (ainda que existam exceções),além de não urinar pela casa toda marcando território. A resposta certa para a questão “castrar ou não” depende de detalhes individuais, por isso, em caso de dúvida, é melhor discutir isso com o seu veterinário. Vale lembrar, porém, que a castração também evita inúmeros problemas de saúde ao longo da vida.

7. Excesso de humanização

“Ele entende cada palavra”. “Ele sabe quando fez errado”. “Ele não quis morder”. Os donos costumam fazer essas declarações com a crença de que seus cães têm uma habilidade semelhante à humana para entender o que está acontecendo ao seu redor. A verdade é que cães são cães e, embora tenham uma notável capacidade cognitiva, não conseguem entender as sutilezas da linguagem humana e nem de seus códigos morais.  Se os donos tentarem corrigir o mau comportamento em cães tratando-os como mini humanos, o problema não será resolvido. É o caso, por exemplo, de cães que latem sem parar porque querem dormir no quarto dos donos. A tendência, lá pelas tantas da madrugada, é abrir a porta e dar bronca. Ainda que o peludo pare por alguns instantes, já terá conseguido seu intuito, que é receber atenção.

8. Falta de limites

É importante que o cão aprenda as regras da casa e que todos falem a mesma língua para não confundir a cuca do pobre peludo. Imagine que a mamãe o deixa subir no sofá, o papai não. O pai divide o lanche com o cão, a mãe só dá ração. Não acha que a cabeça do carinha vai dar um nó?

9. Falta de exercício

Um cão típico precisa ser exercitado NO MÍNIMO por meia hora, duas vezes ao dia, e isso não inclui a voltinha no gramado do prédio. Para ter cabeça boa, os cães precisam de exercício forte e interessante (visitando lugares diferentes, encontrando outros animais, tendo a chance de correr sem guia em um local seguro). Se eles não têm essa chance, acabam frustrados, entediados e propensos a se comportar mal – o seu sofá que o diga.



10. Nem sempre dá para resolver sozinho

Se você tem um cachorro malcomportado, é muito provável que a responsabilidade seja sua – ou, ao menos, boa parte dela. Mas daí até perceber os equívocos tem chão – em muitos casos, pedir ajuda a um especialista em comportamento é o mais indicado. Alguém com treinamento e experiência pode identificar os principais equívocos na relação de vocês e ajudar a mudar esse quadro.

Fonte: The Telegraph