Comportamento,

Sobrevivendo a fase do não!

19 novembro Marcia Cruz 0 Comments


Todo mundo passa pela FASE DO NÃO, na infância, quando tudo que é perguntado a primeira resposta que se vem é: não! Bem, exceto para brincadeiras e gostosuras, né? 

Mas hoje eu trago esse tema aqui no DBV para que possamos avaliar a importância dessa fase, como forma da criança buscar ter a sua individualidade, e também o controle dos pais, para que a criança não exagere na dose e diga não só por falar, sem buscar entendimento, e também para que não seja podada pelos pais a ponto de ter medo de dizer não. As duas situações levarão traumas e sequelas para a vida adulta.



DESMITIFICANDO A FASE DO NÃO

A fase do não pode começar por volta dos 15 meses de vida e é uma forma da criança começar a exercer o livre arbítrio, sendo um momento em que os pais deveriam ensinar a criança a aprender a fazer escolhas conscientes, de forma racional, e não de forma emocional, descambando para a birra, quando diz o não pelo simples não. 

Também é um momento de começar a ensinar a criança o respeito ao próximo. Afinal, o livre arbítrio é para todos, e assim como o seu filho está vivendo a fase do não, os coleguinhas dele, na escolinha, na creche e/ou no convívio social e familiar, também estão passando, e ele também precisará aprender a ouvir não do coleguinha. 

Aos pais, é importante também buscar entender o que está por trás do não. É apenas uma roupa que não quer usar, uma brincadeira que não quer fazer no momento, é porque está cansada ou com sono, ou é porque está se sentindo acuada, com medo, insegura ou ameaçada?

O diálogo e a orientação são fundamentais, e fazem parte dos deveres de ser pai e mãe, biológico ou não. E será sempre o melhor caminho para ajudar seu filho a crescer de forma saudável e emocionalmente inteligente. 

E mais um detalhe importante: quando a criança diz ‘NÃO’, além de está fazendo isso para fortalecer sua individualidade , ela também irá testar o limite da negociação. Ela pensa: "até onde será que posso ir com meu não?" Sim, você será testado por seu filho e isto faz parte do processo de amadurecimento, de ambos!

O que fazer? Respire fundo e lembre que a criança está aprendendo a arte da negociação e se você entrar na birra, estará sendo mais criança do que ela! Afinal, o adulto é você, portanto, se porte como tal e aproveite para ensinar seu filho a arte da  boa negociação, onde imperam o respeito, a ética e também a segurança, pois se é algo que põe em risco a segurança da criança, você precisa ser claro e incisivo. 


VEJA ALGUMAS DICAS PARA LIDAR MELHOR COM A FASE DO NÃO:

- Ensinar sobre o poder de escolha: O livre arbítrio é o que nos faz livres. Se a criança não quer usar a roupa ou o calçado que você quer que ela use, converse com ela e ouça o motivo dela não querer usar. Da mesma forma, apresente os seus argumentos. É uma forma de você ensinar a criança (e a si mesmo!) a arte da negociação, que será muito útil na vida adulta! Aprender a opinar e decidir, e também a ouvir e avaliar a opinião do outro é uma lição que vale ouro!

- Atenção com o excesso de regras: quando as crianças têm muitas normas para cumprir pode ser que ao invés de obedientes elas se rebelem e tentem não se sentir tão controladas. O ser humano tem a liberdade na essência e você também não precisa ser uma mãe ou pai ranzizas. Ninguém, merece, ok?

- Evite o exagero do não: se a gente continuamente diz à criança ‘não mexa nisso’, ‘não suba na poltrona’, ‘não pule nas poças de água’, como a gente vai querer que ela não diga não? Podemos utilizar opções como: ‘se você subir na poltrona você pode cair e se machucar’, ou ‘se você pula nas poças de água sem botas você vai acabar se molhando e teremos que voltar pra casa’. Não use o não pelo não, mostre que há consequências para as nossas escolhas.

- Respeite as rotinas da criança: se não tiver descansado bem ou tem fome estará mais iracunda e nervosa.




- Paciência: respirar fundo e não perder a paciência é essencial! Cabe ao adulto ter o controle da situação e conversar com a criança, buscando entender, inclusive, se é caso de ajuda emocional, como já citei no início. Para quê transformar o não numa guerra e em crises de birra, dos dois lados? Os pais e/ou responsáveis têm obrigação de agir com sabedoria e firmeza (jamais com violência!), e também com amor. Acrescente também uma pitada de humor, pois vai fazer muito bem a todos!

No mais, curta bastante seus filhotes, pois eles crescem muito rápido e você até vai sentir falta desta fase, acredite! (rs)

Tenha em mente que a criança está formando sua personalidade, que é única, e todo mundo merece ser a melhor versão de si mesmo! Portanto, sem estress com a fase do não e aproveite o momento para levar grandes ensinamentos aos seus filhos. E para aprender com eles também!

Até o próximo post!