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Colônia del Sacramento: beleza histórica a poucos minutos da Grande Buenos Aires

23 outubro Redação DBV - Dicas Bem Viver 0 Comments

 


Por Ricardo Montenegro e Carlos Rodríguez Ruiz*

Dona de milhares de pores do sol, destino de escapadelas românticas e objeto de todos os olhares ao longo da história, é um dos mais belos cartões-postais que o Uruguai oferece quando o recebe.

Como todos os departamentos do país, e mais ainda quando se trata de turismo, Colônia possui uma série de singularidades geográficas, históricas e culturais que a diferenciam. Os mais de duzentos quilômetros de litoral mostram com orgulho a variedade que os visitantes que nunca pisaram em suas terras podem esperar. As calmas e sempre presentes praias naturais de areia fina e branca, pontilhadas na paisagem por outras de altas ravinas com vistas inigualáveis, fozes de rios e ribeiras que são refúgio para centenas de barcos desportivos que cruzam as suas águas em todas as estações, por vezes não tão mansos, que ainda surpreendem os mais de 2.000.000 de argentinos que a cada ano cruzam o rio "largo como o mar", visitando várias cidades e vilas do departamento; desde o pujante e portuário Nueva Palmira, no rio Uruguai, até a tranquila Costa do Imigrante, já muito perto da fronteira com o departamento de San José.



Colônia mostra ao Uruguai o descanso tranquilo e a conversa despreocupada, o esforço do trabalho e a variedade da imigração europeia, que juntos forjam o caráter nacional do lugar. Possui áreas definidas pela imigração basca, visíveis em Carmelo e Nueva Palmira como em nenhuma outra cidade; os piemonteses em La Paz e Valdense; o suíço-alemão em Nueva Helvecia ou Colonia Suiza; Francês na região de Rosário; a área rural multicultural marcada por Tarariras, Ombúes de Lavalle, Cufré, Florencio Sánchez e Miguelete; o marcado sotaque manufatureiro de Juan Lacaze e a mais cosmopolita Colonia del Sacramento, esta última o ponto de maior entrada de turistas da Argentina.







Patrimônio Histórico e Cultural do Uruguai

Colonia del Sacramento, um ponto militar estratégico quando o Império Português a fundou em janeiro de 1680, adquiriu a mesma categoria, mas do ponto de vista turístico. Fundada pelo governador do Rio de Janeiro, Manuel Lobo, com o mandato imperial de estender a fronteira ao sul e assim marcar sua reivindicação à coroa da Espanha, que já tinha Buenos Aires como porto de partida, tanto para a produção de peles e outros insumos, como prata e ouro, que viajaram do Alto Peru. Em 1995 e após quase 30 anos de trabalhos de restauração e proteção, o local foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, fato fundamental para a expansão do turismo, desde o número de visitantes ao elevado investimento na hotelaria. Esta joia representa um imã para turistas de fora da região, muitos deles adeptos de sítios distinguidos pela UNESCO e é comum encontrar naquelas poucas quadras, com linhas irregulares, grupos de turistas que falam várias línguas de todos os continentes.






Qualidade ao estilo uruguaio

Mas o turismo não é apenas uma questão de história. A produção de lacticínios, vinhos, queijos e doces é cada vez mais aceita pelos hotéis e restaurantes locais, dada a receptividade dos turistas que preferem produtos locais e praticamente ecológicos, seguindo as velhas tradições trazidas da Europa. A gastronomia transcendeu a proposta típica do Rio da Prata e é um fiel reflexo daquela encontrada em outros destinos importantes do mundo. A tradicional grelha que se mantém firme, compartilhando o mesmo bloco com propostas gourmet da mais alta qualidade.





Na área vitivinícola, com epicentro no Carmelo, são produzidos vinhos de grande qualidade, em tradicionais adegas de prestígio internacional como a Irurtia ou a Zubizarreta, mas também noutras tipologias “boutique” que satisfazem o paladar internacional. É preciso lembrar que em Colônia está “o DNA do tannat”, segundo um enólogo francês que percorreu a região, desde os arredores da capital até além de Carmelo.

Destino preferido para escapadelas de fim de semana, a proposta inclui cassinos, hotéis de luxo, bairros abertos, mas construção de alta classe, shoppings e passeios tranquilos ao longo das avenidas costeiras. Em Colonia del Sacramento, as noites começam com os mais belos pores-do-sol que se podem ver: em um dia de céu claro, a enorme Buenos Aires mostra seu imponente horizonte, com o brilho de suas torres envidraçadas que lembram o sempre presente turista portenho, acotovelada na avenida costeira, que em breve deixará este lado do rio e seus arredores bucólicos, para retornar ao gigante urbano do Río de la Plata.

DICA 1

O departamento de Colonia repousa sobre o cotovelo de terreno em que nasce o Km 0 do Río de la Plata dos grandes fluxos dos rios Uruguai e algo mais além, o Paraná. Esta magnífica confluência pode ser vista desde Punta Gorda, um ponto alto da praia onde desembarcou seu descobridor ("onde Solís jejuou e os índios comeram", disse Jorge Luis Borges) em 1516 e séculos depois, Charles Darwin.




DICA 2

O passeio pelas ruas antigas do Bairro Histórico relembra os quase 100 anos de luta entre espanhóis e portugueses trazidos para o meio urbano; Os paralelepípedos portugueses se cruzam com os abobadados espanhóis, e as paredes de pedra e tijolo falam de construções de um estilo sobre o outro.

DICA 3

Desfrute da Rota dos Vinhos do Carmelo com a Associação de Guias de Turismo de Colónia - Contacte Susana Vela: whatsapp +598 98 521 240.


* Textos por Ricardo Montenegro e Carlos Rodríguez Ruiz.

Fotos: Cristian Denevi, Enrique Haladjian, Diretoria de Turismo de Colônia.