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Vaidade na infância: prós e contras

16 julho Marcia Cruz 0 Comments



A vaidade é importante para o desenvolvimento da autoestima do ser humano, o problema é o excesso, tanto o 8 quanto o 80. Não ter vaidade alguma também é ruim, pois a pessoa se torna displicente consigo mesma, com seu corpo (prejudicando a saúde) e até mesmo com sua higiene pessoal (o que é um desastre!). Educar a criança a andar asseada, bem arrumada, cheirosa e a vestir-se e portar-se de forma adequada ao ambiente faz parte da boa educação e das boas maneiras sociais, que nunca precisam sair da moda.

Mas, como saber quando a vaidade se torna um problema? Como saber se estamos no 8 ou no 80 e como corrigir, para chegarmos ao equilíbrio? É o que vamos tratar hoje aqui no Dicas Bem Viver. Me acompanhe!!


A INFLUÊCIA DOS PAIS

Geralmente os filhos se espelham nos pais. Ou os pais projetam nos filhos aquilo que gostam, ou até mesmo aquilo que não tiveram, a exemplo de pais que passaram uma infância de privações e acabam exagerando com seus filhos nos mimos e superproteção.

Pais fashionistas gostam de arrumar seus filhos com roupas da moda, e ensinam suas crianças, desde cedo, a gostarem de boas marcas, pois este é o ambiente em que vivem. E isto não é problema, desde que observem o estilo da criança e estimulem para que elas busquem seu próprio estilo, pois são seres humanos em desenvolvimento.

Uma coisa que pode acontecer, inclusive por conta da chatice, é os filhos tomarem pavor daquilo que lhes é imposto pelos pais. Tanto para os pais que amam se produzir e exigem que seus filhos façam o mesmo, quanto para os pais que abominam a vaidade e vivem discutindo com seus filhos com discursos anti-consumismo, afirmando que preocupar-se com vaidade é pura bobagem. E não é! O excesso, sim.


CRIANÇA TEM QUE CURTIR A INFÂNCIA

A preocupação deve vim quando a criança começa a sentir-se adulta, deixando sinais claros que não se sente à vontade com sua própria idade. Tipo, não querer brincar para não estragar a roupa, ou desarrumar o cabelo, ou para não ficar suada. A criança precisa brincar, e é problema dos pais se estão comprando roupas que elas não possam brincar, pois elas não são bibelôs e precisam, sim, curtir a infância.

Claro que o limite da brincadeira deve vim por conta do ambiente, tipo num evento, ou em uma visita social, quando a criança deve saber se comportar, por conta da boa educação social, mas não pelo fato de estar bem arrumada e não poder brincar somente por isto.

Criança tem que brincar e curtir a infância. Aos pais, cabe saberem aproveitar a fase juntos com seus filhos. Acredite, ela passa rápido!!

CRIANÇAS NÃO SÃO BIBELÔS

Outro fator em relação a vaidade são os pais que vestem seus filhos como modelos mirins, e querem que eles, literalmente, desfilem... brilhem... sejam o centro das atenções.

O problema é que a vida não é uma passarela, e ser o centro das atenções nem sempre é legal. Além do mais, vai viciar a criança a agir assim, tornando-a dependente da atenção e aprovação das pessoas, e isso vai ser terrível para seu desenvolvimento, pois a criança cresce e se tornará um adulto carente, ou sentindo-se o dono do mundo.

Duas situações deprimentes. E não é isto que os pais vão querer para seus filhos, não é mesmo?


ESTÉTICA NA INFÂNCIA?

Outro ponto a ser observado são os procedimentos estéticos, tipo depilação, design de sobrancelhas e química no cabelo, como escovas inteligentes e pintura, feitos cada vez mais cedo e com maior frequência, tanto por meninas quanto meninos.

Um levantamento feito pelo Instituto QualiBest mostrou que as transformações na aparência estão cada vez mais precoces por conta do acesso mais frequente a tratamentos de beleza do que na geração das nossas mães. Por exemplo: 67% das entrevistadas buscaram o design de sobrancelha, tendo começado a fazer isso por volta dos 13 anos. Na geração X (pessoas que nasceram até 1970), a média era de 20/30 anos. Manicure, limpeza de pele e depilação com cera também foram procedimentos iniciados mais cedo.


Se existe a oferta é porque existe a procura, que é influenciada pela quantidade de informação que temos hoje disponível, graças a internet e aos inúmeros editoriais de moda e beleza das digitais influencers nas redes sociais.

Por isso é importante orientar seus filhos quanto ao que eles consomem na internet, e a filtrar as informações recebidas. Quem é a pessoa que está passando a informação? Principalmente em assuntos ligados a beleza, com indicação do uso de produtos que podem ser prejudiciais.

Os pais são os responsáveis pela educação dos seus filhos, e por filtrarem o que eles consomem como informação. No mínimo, orientá-los a terem senso crítico e não aceitarem como verdade tudo o que vê e ouvem nas redes sociais e nas mídias.


ESCRAVOS DOS PADRÕES DE BELEZA

Outro ponto a ser levado em conta é formarmos pessoas que se tornem reféns dos padrões de beleza da mídia e das redes sociais, pois somos pessoas únicas e temos que buscar, acima de tudo, autoconhecimento e respeito à nossa essência para sermos pessoas plenas.

Quem esquece e/ou não valoriza ser a melhor versão de si mesmo acaba tendo baixa autoestima, por não se aceitar como é e querer ser outra pessoa.

Quem não respeita seu corpo e busca valorizar seus pontos fortes acaba por se tornar escravo de cirurgias plásticas e de procedimentos estéticos que jamais vão preencher o vazio de uma alma que não se ama, e, por consequência, também não se sente amada.


CUIDADOS COM PRODUTOS E BARBEADORES

Meninos e meninas podem e devem fantasiar, seja na forma de contos de fadas, seja na brincadeira que imita o cotidiano, quando querem se vestir igual a seus pais. Tomando os cuidados devidos com os saltos altos, inadequados para crianças e que podem provocar quedas e até mesmo torções, e também de barbeadores, usados para fazer barba ou depilação, e que também podem provocar acidentes.

Os produtos também precisam ser guardados fora do alcance das crianças, pois elas geralmente colocam as coisas na boca e podem sofrer intoxicação.


EQUILÍBRIO É A SOLUÇÃO

Fora isto, é buscar o equilíbrio e curtir, junto com seus filhos, a infância, essa fase que é tão linda e passa tão rápido.

Abrir espaço para o diálogo e orientá-los em relação a moda, procedimentos estéticos, alimentação saudável, atividade física e visão crítica do que vê e ouve é fundamental. Bem como educar pelo exemplo, o que é um grande desafio.

Por fim, lembre-se que a aparência é sim importante, principalmente na vida adulta, mas que o caráter é essencial... em qualquer idade!!