Atividades em Família,
Vaidade na infância: prós e contras
A vaidade é importante para o
desenvolvimento da autoestima do ser humano, o problema é o excesso, tanto o 8
quanto o 80. Não ter vaidade alguma também é ruim, pois a pessoa se torna
displicente consigo mesma, com seu corpo (prejudicando a saúde) e até mesmo com
sua higiene pessoal (o que é um desastre!). Educar a criança a andar asseada,
bem arrumada, cheirosa e a vestir-se e portar-se de forma adequada ao ambiente
faz parte da boa educação e das boas maneiras sociais, que nunca precisam sair
da moda.
Mas, como saber quando a vaidade se torna um
problema? Como saber se estamos no 8 ou no 80 e como corrigir, para chegarmos
ao equilíbrio? É o que vamos tratar hoje aqui no Dicas Bem Viver. Me
acompanhe!!
A INFLUÊCIA DOS PAIS
Geralmente os filhos se
espelham nos pais. Ou os pais projetam nos filhos aquilo que gostam, ou até
mesmo aquilo que não tiveram, a exemplo de pais que passaram uma infância de
privações e acabam exagerando com seus filhos nos mimos e superproteção.
Pais fashionistas gostam de
arrumar seus filhos com roupas da moda, e ensinam suas crianças, desde cedo, a
gostarem de boas marcas, pois este é o ambiente em que vivem. E isto não é
problema, desde que observem o estilo da criança e estimulem para que elas
busquem seu próprio estilo, pois são seres humanos em desenvolvimento.
Uma coisa que pode acontecer,
inclusive por conta da chatice, é os filhos tomarem pavor daquilo que lhes é
imposto pelos pais. Tanto para os pais que amam se produzir e exigem que seus filhos
façam o mesmo, quanto para os pais que abominam a vaidade e vivem discutindo
com seus filhos com discursos anti-consumismo, afirmando que preocupar-se com
vaidade é pura bobagem. E não é! O excesso, sim.
CRIANÇA TEM QUE CURTIR A INFÂNCIA
A preocupação deve vim quando
a criança começa a sentir-se adulta, deixando sinais claros que não se sente à
vontade com sua própria idade. Tipo, não querer brincar para não estragar a
roupa, ou desarrumar o cabelo, ou para não ficar suada. A criança precisa
brincar, e é problema dos pais se estão comprando roupas que elas não possam
brincar, pois elas não são bibelôs e precisam, sim, curtir a infância.
Claro que o limite da
brincadeira deve vim por conta do ambiente, tipo num evento, ou em uma visita
social, quando a criança deve saber se comportar, por conta da boa educação
social, mas não pelo fato de estar bem arrumada e não poder brincar somente por
isto.
Criança tem que brincar e
curtir a infância. Aos pais, cabe saberem aproveitar a fase juntos com seus
filhos. Acredite, ela passa rápido!!
CRIANÇAS NÃO SÃO BIBELÔS
Outro fator em relação a
vaidade são os pais que vestem seus filhos como modelos mirins, e querem que
eles, literalmente, desfilem... brilhem... sejam o centro das atenções.
O problema é que a vida não é
uma passarela, e ser o centro das atenções nem sempre é legal. Além do mais,
vai viciar a criança a agir assim, tornando-a dependente da atenção e aprovação
das pessoas, e isso vai ser terrível para seu desenvolvimento, pois a criança
cresce e se tornará um adulto carente, ou sentindo-se o dono do mundo.
Duas situações deprimentes. E
não é isto que os pais vão querer para seus filhos, não é mesmo?
ESTÉTICA NA INFÂNCIA?
Outro ponto a ser observado
são os procedimentos estéticos, tipo depilação, design de sobrancelhas e química
no cabelo, como escovas inteligentes e pintura, feitos cada vez mais cedo e com
maior frequência, tanto por meninas quanto meninos.
Um levantamento feito pelo
Instituto QualiBest mostrou que as transformações na aparência estão cada vez
mais precoces por conta do acesso mais frequente a tratamentos de beleza do que
na geração das nossas mães. Por exemplo: 67% das entrevistadas buscaram o
design de sobrancelha, tendo começado a fazer isso por volta dos 13 anos. Na
geração X (pessoas que nasceram até 1970), a média era de 20/30 anos. Manicure,
limpeza de pele e depilação com cera também foram procedimentos iniciados mais
cedo.
Se existe a oferta é porque
existe a procura, que é influenciada pela quantidade de informação que temos
hoje disponível, graças a internet e aos inúmeros editoriais de moda e beleza
das digitais influencers nas redes sociais.
Por isso é importante
orientar seus filhos quanto ao que eles consomem na internet, e a filtrar as
informações recebidas. Quem é a pessoa que está passando a informação? Principalmente
em assuntos ligados a beleza, com indicação do uso de produtos que podem ser
prejudiciais.
Os pais são os responsáveis
pela educação dos seus filhos, e por filtrarem o que eles consomem como
informação. No mínimo, orientá-los a terem senso crítico e não aceitarem como verdade
tudo o que vê e ouvem nas redes sociais e nas mídias.
ESCRAVOS DOS PADRÕES DE BELEZA
Outro ponto a ser levado em conta
é formarmos pessoas que se tornem reféns dos padrões de beleza da mídia e das
redes sociais, pois somos pessoas únicas e temos que buscar, acima de tudo,
autoconhecimento e respeito à nossa essência para sermos pessoas plenas.
Quem esquece e/ou não
valoriza ser a melhor versão de si mesmo acaba tendo baixa autoestima, por não
se aceitar como é e querer ser outra pessoa.
Quem não respeita seu corpo e
busca valorizar seus pontos fortes acaba por se tornar escravo de cirurgias
plásticas e de procedimentos estéticos que jamais vão preencher o vazio de uma
alma que não se ama, e, por consequência, também não se sente amada.
CUIDADOS COM PRODUTOS E BARBEADORES
Meninos e meninas podem e
devem fantasiar, seja na forma de contos de fadas, seja na brincadeira que
imita o cotidiano, quando querem se vestir igual a seus pais. Tomando os
cuidados devidos com os saltos altos, inadequados para crianças e que podem
provocar quedas e até mesmo torções, e também de barbeadores, usados para fazer
barba ou depilação, e que também podem provocar acidentes.
Os produtos também precisam ser
guardados fora do alcance das crianças, pois elas geralmente colocam as coisas
na boca e podem sofrer intoxicação.
EQUILÍBRIO É A SOLUÇÃO
Fora isto, é buscar o
equilíbrio e curtir, junto com seus filhos, a infância, essa fase que é tão
linda e passa tão rápido.
Abrir espaço para o diálogo e
orientá-los em relação a moda, procedimentos estéticos, alimentação saudável,
atividade física e visão crítica do que vê e ouve é fundamental. Bem como
educar pelo exemplo, o que é um grande desafio.
Por fim, lembre-se que a
aparência é sim importante, principalmente na vida adulta, mas que o caráter é
essencial... em qualquer idade!!